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Filho de tripulante que morreu em naufrágio no litoral de PE diz que pai pediu para família orar por ele: 'Está muito pesado o navio'

Marcos Antônio Viana Coragem, de 58 anos, era assistente de máquinas da embarcação Concórdia, que afundou no domingo (15). Quatro pessoas morreram, uma est...

Filho de tripulante que morreu em naufrágio no litoral de PE diz que pai pediu para família orar por ele: 'Está muito pesado o navio'
Filho de tripulante que morreu em naufrágio no litoral de PE diz que pai pediu para família orar por ele: 'Está muito pesado o navio' (Foto: Reprodução)

Marcos Antônio Viana Coragem, de 58 anos, era assistente de máquinas da embarcação Concórdia, que afundou no domingo (15). Quatro pessoas morreram, uma está desaparecida e quatro sobreviveram. Filho de tripulante morto em naufrágio de navio diz que pai pediu para família orar por ele O assistente de máquinas Marcos Antônio Viana Coragem, de 58 anos, foi um dos quatro tripulantes que morreram no naufrágio do navio Concórdia. Antes de viajar, Marcos pediu para a família orar por ele porque estava preocupado com a pesagem da carga na embarcação, afirmou o filho da vítima, Airton Coragem, em entrevista para a TV Globo (veja vídeo acima). ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE O cargueiro tinha capacidade para transportar até 180 toneladas. No entanto, a empresa AGS Fretes Marítimos, dona da embarcação, negou que houvesse excesso de peso e disse que a carga do navio pesava cerca de 120 toneladas no momento do acidente (saiba mais abaixo). "Ele [Marcos Antônio] falou com a minha mãe, que é cristã, feito a nossa família. Ele sempre pedia oração. Mas, dessa vez, estava preocupado. Ele disse: 'Ora por mim, porque está feia a situação, está muito pesado o navio, está com excesso de carga. E ora por mim porque a gente está preocupado, está com medo'", contou Airton. O naufrágio aconteceu na noite do domingo (15), a cerca de 15 quilômetros da praia de Ponta de Pedras, em Goiana, no Litoral Norte de Pernambuco. Das nove pessoas que estavam no cargueiro, quatro morreram e outras quatro foram resgatadas com vida. Um tripulante segue desaparecido. Na terça-feira (17), parentes das vítimas estiveram no Instituto de Medicina de Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife, para reconhecer os corpos. De acordo com a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), todos os corpos já foram reconhecidos e liberados. Marcos Antônio Viana Coragem, um dos tripulantes que morreram no naufrágio do navio Concórdia no litoral de Pernambuco Acervo pessoal Segundo Airton, Marcos Antônio trabalhou por mais de 30 anos com transporte marítimo de cargas e já tinha enfrentado outros dois naufrágios, sendo um deles em Fernando de Noronha. Até o momento, de acordo com Airton, a empresa não entrou em contato com a família. "Eu que vou buscar saber deles. Eu que vou atrás. [...] Antes vou ter que reconhecer o corpo do meu pai. Minha mãe está ali, meus irmãos... A gente está sem condição nenhuma... Triste, um absurdo", declarou Airton. Outra vítima identificada foi Marcos Antônio Ribeiro, de 67 anos. Ele era o chefe de máquinas do navio e morava na Paraíba, mas ia para Pernambuco nos dias de trabalho. Empresa nega excesso de carga Navio que naufragou em Pernambuco estava com carga menor que a capacidade, diz advogado À TV Globo, o advogado Jadson Borges, que representa a empresa AGS Fretes Marítimos, dona da embarcação, negou que o Concórdia estivesse com excesso de carga (veja vídeo acima). Ele também disse que, segundo informações preliminares, o barco afundou devido a um defeito no leme. As causas do acidente são investigadas pela Marinha. Bruna da Silva, esposa do comandante do Concórdia, Edriano Gomes de Miranda, afirmou que o marido mandou mensagens para ela falando sobre os problemas da embarcação enquanto o navio inclinava. Segundo ela, o leme do barco quebrou há um mês, o que deixou os tripulantes com medo. Ainda de acordo com Bruna, o comandante acreditava estar sem condições de viajar por causa da quantidade de carga. Ao g1, o proprietário do Concórdia, Antônio Gonçalves, disse, na segunda-feira (16), que o navio "estava cheio". Problemas durante a viagem O navio Concórdia partiu do Recife no sábado (14) e seguia em direção a Fernando de Noronha, carregando alimentos e materiais de construção (veja vídeo acima). Mozart Fonseca, um dos sobreviventes, contou que a equipe notou algo errado ainda durante a tarde, antes do naufrágio, que aconteceu no domingo (15). Ele contou que a embarcação começou a perder o controle nas imediações da Reserva de Acaú, em Goiana. Depois que a carga afundou no mar, a tripulação decidiu voltar para a capital pernambucana. Foi nesse trajeto de retorno que a embarcação naufragou. Os corpos de três tripulantes que morreram após o naufrágio foram encontrados a cerca de quatro quilômetros da costa, no início da tarde de segunda-feira (16). O corpo de um quarto tripulante também foi encontrado, mas não há informações sobre o local. Os nomes dos mortos não foram divulgados pela Marinha. Imagens mostram navio Concórdia pouco antes de afundar no litoral pernambucano Sobreviventes Os sobreviventes, que foram resgatados logo após o naufrágio pelo navio rebocador "Cormoran", foram: Edvaldo Baracho da Silva; Marcelo Cláudio da Conceição Freitas; Mozart Gomes da Fonseca; Valcei Gomes da Costa. Segundo a Marinha, eles foram atendidos por uma equipe médica em Goiana e, depois, encaminhados para o Recife. As idades deles não foram divulgadas. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias